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Protagonismo Juvenil

Protagonismo Juvenil – FAAr e SEDUC no encontro estudantil da rede estadual de ensino ¹
 
Protagonismo Juvenil - FAAr e SEDUC no encontro estudantil da rede estadual de ensino ¹ 
 
            
Embora seja uma situação já prevista na Carta Magna do Estado é complexo para muitos educadores e até mesmo para os familiares falar em Protagonismo juvenil. A ideia do protagonismo juvenil é a de estimular a participação do adolescente nas diversas áreas em que ele possa estar inserido, possibilitando aos jovens o envolvimento social, contribuindo não apenas com o desenvolvimento pessoal, mas com o incremento de melhorias das comunidades em que eles estão inseridos, assim, pode-se afirmar de acordo com Costa (1996) que o 
Protagonismo juvenil é a participação do adolescente em atividade que  extrapolam os âmbitos de seus interesses individuais e familiares e que  podem ter como espaço a escola, os diversos âmbitos da vida comunitária; igrejas, clubes, associações e até mesmo a sociedade em  sentido mais amplo, através de campanhas, movimentos e outras  formas de mobilização que transcendem os limites de seu entorno  sócio- comunitário. (Costa, 1996:90)
 
Com base nestas concepções teóricas e também na legislação brasileira é que se reforça a parceria entre FAAr e SEDUC, pois a educação deve envolver os processos de formação, não apenas nas instituições educativas como é afirmado por aqueles que atropelam a educação dos filhos e diz ser responsabilidade das escolas, no entanto, deve ser um processo heptagonal, com desenvolvimento “na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nos movimentos culturais”(LDBEN,1997)
Então, com base nestes fundamentos as Faculdades Associadas de Ariquemes – FAAr, juntamente com Coordenadoria Regional de Educação realizou no dia 08 de maio de 2014, no Auditório Ariquemes, o 1º Encontro dos líderes de turmas das Escolas Estaduais, contemplando alunos de Ariquemes e jurisdição.
A professora Elenice Cristina da Rocha Feza, Vice – Diretora da FAAr, fez a abertura do evento e enfatizou o objetivo específico do encontro com os representantes de turmas, que é proporcionar trocas significativas de conhecimento e experiência aos participantes e, principalmente fortalecer o protagonismo juvenil nas escolas, buscando o desenvolvimento da autonomia, consciência e cidadania dos jovens.
A professora Osmarina dos Reis, Coordenadora Regional de Educação de Ariquemes e Vale do Jamari em nome do Governo do Estado de Rondônia e Coordenadoria Regional de Educação falou a respeito da importância do evento e agradeceu a equipe pedagógica da CRE e a parceria com as Faculdades Associadas de Ariquemes-FAAr.
Para maior enriquecimento cultural e artístico contou-se com a participação do Coral da “Escola Estadual Francisco Alves Mendes Filho” com as músicas: “Ficoassim sem você” de Claudinho e Buchecha e outra em homenagem às mães,sob a regência do Profº Gesiel Gonçalves dos Reis (foto 10 e 11). Logo após, foi convidado o aluno Mayco Bruno do Carmo Strelow dos Santos, que contribuiu com muito brilho e vivacidade, a partir da Paródia- Que pais é este? (Foto 05). Houve também a apresentação das alunas da Escola Estadual Ricardo Cantanhede: Natalia, Laura, Pâmela, Maria e Gabriela que apresentaram uma experiência, com conhecimentos que foram socializados com todos os presentes. (Foto 12)
Em continuidade aos trabalhos, a Psicóloga e professora da FAAR, Daniela Oliveira Graeff foi convidada para coordenar e conduzir o encontro enfatizando a relevância do tema “Protagonismo Juvenil”, assim como as contribuições dos jovens no meio em que estão inseridos.
Nesta perspectiva, a FAAr desempenha mais uma vez uma de suas grandes funções institucionais, a de “contribuir com a qualidade de vida e o bem-estar da sociedade”, ao promover parcerias para estudos, debates e troca de experiências tão significativas à grande região de Ariquemes.
Ao concluir o encontro a Coordenadora Pedagógica da CRE, Jaisa Machado agradeceu a parceria da FAAr, bem como, todas as pessoas e Escolas Estaduais que se fizeram presentes: Escolas Jardim das Pedras; Albina Mació Sordi; Heitor Villa Lobos; Cora Coralina; Carmem Ione; Ricardo Cantanhede; CEEJAAR; Francisco Alves Mendes; Anísio Teixeira; Migrantes; Frei Henrique de Coimbra; Antônio Francisco Lisboa.
 Os resultados foram surpreendentes, a partir das fotos nº 1 e 2, pode-se perceber a satisfação dos alunos, o envolvimento da equipe gestora é evidenciado nas fotos  3 e 4.

À medida que se relata as atividades realizadas neste evento, entende-se que, a música pode estar relacionada aos processos democráticos, e se insere na construção de conhecimentos inclusos nas ações que contribuem com o protagonismo juvenil, porque  música  é  emoção,  prazer,  alegria  e encantamento, por isso o desenvolvimento educativo queira, ou não, se interliga aos procedimentos e artes musicais que pairam no contexto social.


 

Ao encerrar este relato de experiência, nós colaboradores da FAAr, podemos dizer que existem ocasiões que são especiais, mas há outras que são imprescindíveis, pois o processo  educativo consta da inter-relação teórica/prática e essencialmente dos momentos de convivência.

___________
¹FEZA, Elenice Cristina Rocha & ²CAMPOS P. Maria Helena. Protagonismo Juvenil: FAAr e SEDUC no encontro estudantil da rede estadual de ensino. Ariquemes, Rondônia: IESUR – Vice-Diretora e Diretora Acadêmica, maio, 2014.
Referências
COSTA, Antonio C. G.da. Mais que uma lei. São Paulo: Instituto Ayrton Senna, 1997.
COSTA, Antonio Carlos Gomes da. Protagonismo juvenil: adolescência, educação e participação democrática. Salvador: Fundação Odebrecht, 2000.
DELORS,Jacques (org.). Educação um tesouro a descobrir – Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. Editora Cortez, edição, 1992/2012. 





REFLEXÕES FILOSÓFICAS PARA ADOLESCENTES

UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTONIO CARLOS – FUPAC/UNIPAC
Curso de Pedagogia – Disciplina: Filosofia p/crianças e adolescentes/2014/1
Prof. Maria Helena Campos Pereira
Objetivo: Refletir sobre a linguística, a importância da subjetividade x transdisciplinaridade, bem como, a estética na construção textual e sua inferência na postura e vivência Ética.

ALMAS PERFUMADAS

        
    Carlos Drummond de Andrade

Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta.
De sol quando acorda. De flor quando ri.
Ao lado delas, a gente se sente
no balanço de uma rede que dança gostoso
numa tarde grande, sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas, a gente se sente
comendo pipoca na praça.
Lambuzando o queixo de sorvete.
Melando os dedos com algodão doce
da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro.
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade,
mas que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro de colo de Deus.
De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul.
Ao lado delas, a gente sabe
que os anjos existem e que alguns são invisíveis.
Ao lado delas, a gente se sente
chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo.
Sonhando a maior tolice do mundo
com o gozo de quem não liga pra isso.
Ao lado delas, pode ser abril,
mas parece manhã de Natal
do tempo em que a gente acordava e encontrava
o presente do Papai Noel.
Tem gente que tem cheiro das estrelas
que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos
acender na Terra.
Ao lado delas, a gente não acha
que o amor é possível, a gente tem certeza.
Ao lado delas, a gente se sente visitando
um lugar feito de alegria.
Recebendo um buquê de carinhos.
Abraçando um filhote de urso panda.
Tocando com os olhos, os olhos da paz.
Ao lado delas, saboreamos a delícia
do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa.
Do brinquedo que a gente não largava.
Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim.
Ao lado delas, a gente percebe
que a sensualidade é um perfume
que vem de dentro e que a atração
que realmente nos move não passa só pelo corpo.
Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar.
Ao lado delas, a gente lembra
que no instante em que rimos Deus está conosco,
juntinho ao nosso lado.
E a gente ri grande que nem menino arteiro.
Tem gente como você que nem percebe
como tem a alma Perfumada!
E que esse perfume é dom de Deus.
                 Interpretação filosófica
1   
      De acordo Carlos Drumond de Andrade, todas as pessoas são perfumadas?
2    Como as pessoas podem se transformar em almas perfumadas?
3       Por que existem pessoas que tem cheiro de passarinho quando canta.
De sol quando acorda. De flor quando ri?
4       O que sentimos ao balançar em uma rede? E o autor o que sente?
5       Quais são as suas reações ao comer pipoca na praça? E a do autor?
6       Você já lambuzou o queixo de sorvete? O que o texto exprime a esse respeito?
7       Qual é a cor de se melar os dedos com algodão doce na perspectiva de Drummond?
8       O que o autor pode estar expressando com a frase “a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver”?
9       Você já experimentou o banho de mar quando a água é quente e o céu é azul?
  Considera que os anjos existem e que alguns são invisíveis? Por quê?
1    Qual a sensação de se chegar em casa e trocar o salto pelo chinelo?
1     Será que  realmente existem pessoas com cheiro das estrelas, por quê?
  Como podemos saborear o cheiro das estrelas do céu e na Terra?

Concepções teóricas

O texto remete ao contexto da linguística no que se refere à personificação e metáfora,  assim como, a afetividade que pode ser fundada nas concepções de Henri Wallon e também nas posturas de Fernando Pessoa que em sua literatura fortalece o afeto  com o seu jeito carinhoso de escrever. Pode-se perceber em ‘almas perfumadas’ as marcas singulares de um indivíduo que valoriza as pequenas e ou grandes ações do sujeito que realmente pode ser considerado racional.
E nesta marca singular, a formação do indivíduo relaciona-se  à construção de crenças e valores compartilhados na dimensão cultural que vão constituir a experiência histórica e coletiva.1
Neste contexto, a subjetividade pode ser considareda como o mundo interno de todo e qualquer ser humano. Este mundo interno é composto por emoções, sentimentos e pensamentos. Assim, diferenças nos modos de subjetivação e constituição das subjetividades relacionam-se com a dimensão ética na medida em que esta sistematiza e justifica racionalmente um determinado código ou padrão de conduta, um determinado quadro de normas e valores e uma determinada postura a ser ensinada e exigida pelos sujeitos. As éticas, portanto, são como dispositivos ‘ensinantes’ de subjetivação: elas efetivamente sujeitam os indivíduos, ensinando, orientando, modelando e exigindo a conversão dos homens em sujeitos morais historicamente determinados.2
Nos processos de constituição da subjetividade deve-se levar em conta quatro dimensões:
1. A intersubjetividade transubjetiva, que emerge das propostas filosóficas e valorizam as modalidades pré subjetivas de existência. É a experiência de um solo de acolhimento e sustentação, em que a alteridade surge como constituinte das experiências subjetivas, não por oposição e confronto, mas por seu caráter de inclusão primordial.
2. Intersubjetividade traumática, neste caso, o outro não só precede o eu, como sempre o excede. O fato do outro sempre exceder o eu é por sua vez inevitavelmente traumático.
3. Intersubjetividade interpessoal, parte da experiência do reconhecimento entre indivíduos. Trata-se de uma interação concreta entre organismos já diferenciados, funcionando em um plano individual ou interindividual.
4. A intersubjetividade intrapsíquica, encontra fundamentalmente nas contribuições psicanalíticas, inclui o estudo das experiências “intersubjetivas” estabelecidas no “interior” das subjetividades.3
                Então, neste conntexto de ‘Almas Perfumadas’ pode-se entender que está fundado mais especificamente à intersubjetividade interpessoal, devido ao reconhecimento do autor com ações entre os indivíduos, assim como, a comparação e personificação dos processos individuais ou interindividuais. Verifica-se ainda a  intersubjetividade transubjetiva, com ênfase em propostas filosóficas e valorização das modalidades pré subjetivas da existência humana com a experiência do acolhimento e comparação com a sustentação e alteridade ao surgir  com vivências subjetivas, não por oposição e confronto, mas por seu caráter de inclusão, comparação temporal e sentimental, bem como, dos toques de energia e da espiritualidade.
            Portanto, vocês são almas perfumadas na minha vida, e a energia positiva irradiada são toques que podem impulsionar o meu viver.

Referências

2. FIGUEIREDO, L.C. Ética, saúde e as praticas alternativas. http://www.fen.ufg.br/revista, 03/2009
3. NAFFAH, Alfredo N. Neto. Dimensões da intersubjetividade. (organizadores) Nelson Coelho Junior, Pedro Salem, Pela Klautau;com textos de Alfredo Naffah Neto…[et al.].São Paulo: Escuta/Fapesp, 2012.

O BOM DE VIAJAR

O BOM DE VIAJAR  
O bom de viajar é …
Repensar e concentrar, fugir das velhas e corriqueiras ações. E neste contexto, refletir que a vida nasce nas estranhas, e nesta viagem intra-uterina que se entrecruza com redes tele comunicativas, surge o ser interpessoal, que já nasce viajando no ar, na terra, no mar e nas redes tecnológicas.
Ao viajar, experimenta-se a geografia social, natural, ambiental, histórica e arqueológica, com lentes empíricas capazes de reconstruir a literatura, incrementar momentos fotográficos e de poesia, mesmo em noites obscuras e de aparente solidão.
Petrolina é assim…linda! O velho “Chico” é seu astro rei. De um lado, Juazeiro, Bahia, do outro Petrolina, Pernambuco. São duas cidades, dois estados, duas culturas, e pessoas que se entrelaçam e multiplicam a diversidade, afagam o estrangeiro e o recebem com afeto e hospitalidade.
                                                                                      
 O bom de viajar é que, pode ser para trabalhar, enxergar o velho com um olhar novo, fazer novas amizades, conhecer culturas diversificadas, conquistar o mundo e se envolver com possibilidades e ideias inovadoras. É conhecer o real e o óbvio, as linhas e entrelinhas que cruzam montanhas, delineiam as nuvens e recortam as águas de além mares.
O legal de viajar é conversar com a estrada e recordar um tempo, que não volta mais: Estrada de outrora por que não tens fim, será que então não se lembras de mim, sou eu, a de antes procurando um lugar, lugar que há tempos eu vivia amar. Mas, em Petrolina eu fui estudar.
Portanto, subindo e descendo, em curvas ou na retilínea, o melhor de viajar é viajar, na realidade e na subjetividade.
                                                          Maria Helena Campos Pereira julho/2013
                                                                    

GESTÃO ESCOLAR DE QUALIDADE

 GESTÃO ESCOLAR DE QUALIDADE
 
                                                                      Maria Helena Campos Pereira
 
A escola é um todo interconectado e as ações devem ser interdisciplinares porque o sujeito é ativo, a vida é interdisciplinar e requer que haja métodos e vivências intra e interpessoais. Somos fruto de relações humanas afetivas, que nasce nas entranhas, por isso é inaceitável uma educação escolar e familiar que não valorize a afetividade. Diz Henry Wallon que educação e afetividade caminham de mãos dadas. E para que a gestão tenha significância no meio social tem que ser de qualidade, mas o que é qualidade? E um procedimento, no qual todas as pessoas, de todos os setores e níveis hierárquicos contribuem para a melhoria dos processos educativos escolares, de tal forma que, estas realizações possam surtir efeito na comunidade familiar e na sociedade em geral, pois os feitos benéficos da escola necessitam surtir efeito nas micros e macros sociedades.
 Neste contexto, insere-se a segurança no trabalho, a responsabilidade social e um programa de qualidade que requer um meio ambiente harmonizado e envolve a organização, higiene, limpeza, utilização e equilíbrio geral das ações, assim como aconteceu no Japão após a destruição do país no pós-guerra, período em que aconteceu a união de todos em prol da reconstrução de sua nação. Um ponto é chave, a varredura psicológica e ambiental, pois sem um equilíbrio emocional é difícil conseguir uma gestão de qualidades e o progresso de sua instituição.
Então, ao repensar a qualidade pode-se dizer que em um processo educativo onde se persegue esta categoria, a organização educativa deve se abarcar a posturas interdisciplinares, que requer um contínuo gerenciamento pessoal, o “eu” intra, para que haja condição de se relacionar consigo mesmo, e automaticamente, o “eu e o outro” para a interação com as outras pessoas. É impossível uma instituição, quer educativa ou de outro âmbito ambiental dizer que realiza ações interdisciplinares, se as pessoas não conseguem interagir, se não há espírito de união e trabalho cooperativo de fato, porque em ações interdisciplinares considera-se como pré-requisito, as possibilidades de um planejamento em que haja a participação de todos os envolvidos, com estratégias metodológicas que investiguem as necessidades, problemas, e ou pontos de melhoria, bem como, suas causas e consequências para a construção consensual de plano estratégico que nasça da realidade contextual, e com temas que não são impostos pelos superiores, mas priorizados pela equipe escolar.
Nesta perspectiva, os aspectos psico biológicos podem se inserir no assunto da segurança, bem como as questões estruturais e ambientais que requerem Serviço Especializado da Medicina do Trabalho – SESMT, que tem a função de alertar e dar instruções para os funcionários sobre o aparecimento de novas doenças, esclarecimentos sobre qualquer tipo de outras doenças e também evitar que pequenos acidentes de trabalho possam acontecer e prejudicar a organização educativa. Assim, “o cidadão somente se sentirá dono do espaço em que vive se aprender a construí-lo”(RIOS, 2013). Observa-se, que esta autora refere-se ao meio ambiente e ou espaço escolar, como um local de incremento da cultura organizacional, ou seja, das trocas de experiências de cada pessoa, de seus valores éticos para instituir a filosofia da organização, e do conhecimento democrático em detrimento ao autoritário, pois a democracia é a construção de um poder que emana de todos, com benefício individual e global.
 Esse saber democrático, no sentido da coletividade e da essência da palavra, indica a transcendência, a necessidade de mudar, justamente porque o homem não é um ser completo, nem imóvel, e o seu modo de ser no mundo é projetar-se, é fazer-se, é construir-se, para tornar-se aquilo que quer ser, de modo que, pode-se afirmar que o homem é aquilo que ele vai instituindo, com suas gestões e construções bem edificadas.
E uma gestão de qualidade requer um ambiente saudável, com professores e funcionários equilibrados, que incorporem e demonstrem posturas éticas, de forma que os homens vão se organizando e formando hábitos benéficos. Assim, trazem benefícios à segurança da comunidade escolar e da população planetária futura, se isso for uma ação contínua e de controle dos processos.

 

A responsabilidade social pode também contribuir para a incorporação de novos aspectos à exploração do meio ambiente, porque a capacidade de tentar antever as situações do mundo, de forma a resultar na capacidade de pensar “é uma forma abstrata de interagir com o meio ambiente”. (ASSMANN, 2004, p.151).
Dessa forma é importante lembrar que quando tudo na escola caminha adequadamente, as questões ambientais e administrativas também vão inferir nas ações que se inserem na responsabilidade social, quer com as pessoas ou com o meio em que elas vivem. E a potencialidade humana à pergunta, à pesquisa, ao estudo, à análise, à experimentação, vai sendo aperfeiçoada, ao longo do processo evolutivo dos seres humanos rumo ao conhecimento e à aprendizagem.
Portanto, há que se pensar em pequenas e grandes ações em que os estudantes, a família e toda a comunidade acadêmica possam interagir em prol de uma cidade planetária poderosa, que o poder comece com qualidade de vida e segurança. E esta conquista vem da persistência e do esforço, do empreendedorismo. No entanto, é mais que apenas simular situações cotidianas, existe neste ato um aspecto lúdico de integração com o meio ambiente, que gera pensamento e conhecimento, mas que acrescido por metodologias inovadoras é capaz de transformar o que é lúdico num recurso de caráter essencial e determinante, sobretudo, num processo de aprendizagem pedagógica e que tenha significância no meio social.
Referências Bibliográficas
ASSMANN, H. Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente. 8 ed. Petrópolis:Vozes, 2004, p.151.
CHIAVENATO, Idalberto. Administraçao nos Novos Tempos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004
LIBÂNEO, J. C. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos
conteúdos. 8 ed. São Paulo: Loyola, 1989.
MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 10 ed. São Paulo: Cortez,2005.

 

FILOARTE

Maria Helena Campos Pereira
                     O pensamento parece uma coisa à toa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar[1].
Filo, de Filosofia, arte do bem viver, tem como finalidade nos ensinar a virtude, princípio do bem viver, os questionamentos e indagações das estruturas de coisas, valores, idéias, suas origens e causas, assim como a capacidade de conhecer e pensar, a reflexão sobre o próprio pensamento.
A reflexão filosófica é um movimento em torno de si mesmo, para indagar as próprias ações, pensamentos e reflexões. Assim, filosofar significa a busca do próprio gerenciamento pessoal, uma luta por ações mais humanitárias que valorizem a liberdade de ação, a honra, que vislumbre a imaginação, avalie o domínio de si próprio e adicione com significância o amor à vida.
 E, ainda nesta definição considera-se que o filosofar seja uma procura constante por energias positivas, que considerem as inteligências pessoais adicionadas às ações conscientes de convívio em sociedade, que analisem as ajudas humanitárias, com distinção do verdadeiro e do falso, que auto gerencie o poder do perdão com facilidade. Que tenha medo do novo, do escuro, da tragédia da vida, e até mesmo da luz, porque nem tudo que reluz pode ser verdadeiro.
Nesta concepção de filosofar, o ser humano necessita ser autêntico, lutar pela justiça com sabedoria, pela vida e a convivência em sociedade, de tal modo, que haja benefício do mundo à sua volta, com uma poderosa força inquebrantável, para viver o presente com projeção de futuro e a harmonia no mundo.
No entanto, de acordo com Charles Chaplin, “não temos que ter medo dos confrontos porque até os planetas se chocam, e deles nascem as estrelas”.
A arte na Educação Básica é fruto de debates, questionamentos e confrontos. O processo de ensino e aprendizagem de arte no âmbito escolar foi redirecionado, a partir da década de 80, com a redemocratização do país, daí cursos de graduação e pós-graduação com amplas discussões fizeram surgir novas reflexões e concepções para o processo de ensino de artes no contexto escolar.
A nova Constituição Brasileira foi promulgada em 1988, l após a mudança de governo Militar para Democrático. Logo em seguida iniciaram-se as discussões sobre a nova LDBEN, mas nas primeiras versões não se cogitou a obrigatoriedade do ensino da arte nas escolas para a formação dos alunos. A partir de então, uma longa luta política, entre os arte-educadores brasileiros e até mesmo com professores universitários, que acreditavam nesta proposta de arte na educação foi se incorporando, para tornar a arte uma disciplina obrigatória com todas as suas especificidades, conteúdos, objetivos, metodologias e forma de se avaliar.
Dessa forma, com a promulgação da LDBEN, em 20 de dezembro de 1996, lei nº 9394/96, e com muito lutar, os arte-educadores conseguiram oficialmente a inserção do ensino de arte como conhecimento para toda a Educação Básica, que deverá promover o desenvolvimento cultural dos alunos, entre outros aspectos.
Nesta visão, o “ensino da Arte na Educação contemporânea reside na aldeia de reforçar e valorizar a herança cultural, artística e estética dos alunos, além de ampliar olhares, escutas sensíveis, e formas expressivas através de experiências estéticas e poéticas, com base nas inter-realidades que eles conhecem ou podem vir a conhecer.”
Na atualidade, o ensino da arte no Brasil, em consonância com as perspectivas internacionais, tende à concepção de Arte como conhecimento, baseado na interculturalidade, na interdisciplinaridade e na aprendizagem dos conhecimentos artísticos, a partir de uma abordagem epistemológica, com a idéia de que arte se ensina e se aprende, na inter-relação entre o fazer, o ler e o contextualizar.
Nesta perspectiva, considera-se que as várias formas de comunicação artística, tais como, artes plásticas, a música, artes cênicas, a dança e as diversas artes visuais, formam os pressupostos interdisciplinares, que se inserem na interculturalidade e nos aspectos sociais e filosóficos, que dão sentido ao processo de aprendizagem, com uma concepção didático-metodológica, que instiga a construção de currículos fundamentais ao interesse de cada grupo, ou classe social. Entretanto, é importante a garantia, das especificidades de cada linguagem artística, com epistemologias próprias.
Então, Filoarte é a concepção de pensamentos e reflexões filosóficas que se integram automaticamente, no campo do saber, considerando que educação é um processo que exige saberes diversificados, porque o sujeito é ativo, por isso, quer pelas vias idealistas, racionalistas, objetivistas e subjetivistas este site proporcionará construções e momentos diversificados que poderá contribuir com o processo educativo em seu contexto geral, mesmo porque, os desafios e propostas do campo filosófico têm papel fundamental na educação de jovens, crianças, adolescentes e adultos que perpassam pelo diálogo, investigação e construção do pensar. Portanto, FiloARTE é a revelação e manifestação da essência da realidade que pode muitas vezes está esquecida no âmago de nossa existência.
Concomitantemente, a vida pode ser mais simples do que a gente pensa, no entanto, é necessário aceitar o impossível, dispensar o indispensável e aguentar o intolerável porque o homem é um animal diferente dos demais, e só ele pode ter consciência de seus próprios atos.

[1] Jair Rodrigues. Felicidade. Música popular brasileira.
[2] Brasil. Secretaria de Educação Básica. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa/ Direitos de aprendizagem: Componente curricular Arte. Ano 01, unidade 07. Brasília: MEC, SEB, 2012.
BARBOSA, Ana Mae. Museu de Arte Contemporânea. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1980.
             

FILOARTE

            FILOARTE

          

                         Maria Helena Campos Pereira

                     O pensamento parece uma coisa à toa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar[1].

Filo, de Filosofia, arte do bem viver, tem como finalidade nos ensinar a virtude, princípio do bem viver, os questionamentos e indagações das estruturas de coisas, valores, idéias, suas origens e causas, assim como a capacidade de conhecer e pensar, a reflexão sobre o próprio pensamento.
A reflexão filosófica é um movimento em torno de si mesmo, para indagar as próprias ações, pensamentos e reflexões. Assim, filosofar significa a busca do próprio gerenciamento pessoal, uma luta por ações mais humanitárias que valorizem a liberdade de ação, a honra, que vislumbre a imaginação, avalie o domínio de si próprio e adicione com significância o amor à vida.
 E, ainda nesta definição considera-se que o filosofar seja uma procura constante por energias positivas, que considerem as inteligências pessoais adicionadas às ações conscientes de convívio em sociedade, que analisem as ajudas humanitárias, com distinção do verdadeiro e do falso, que auto gerencie o poder do perdão com facilidade. Que tenha medo do novo, do escuro, da tragédia da vida, e até mesmo da luz, porque nem tudo que reluz pode ser verdadeiro.
Nesta concepção de filosofar, o ser humano necessita ser autêntico, lutar pela justiça com sabedoria, pela vida e a convivência em sociedade, de tal modo, que haja benefício do mundo à sua volta, com uma poderosa força inquebrantável, para viver o presente com projeção de futuro e a harmonia no mundo.
No entanto, de acordo com Charles Chaplin, “não temos que ter medo dos confrontos porque até os planetas se chocam, e deles nascem as estrelas”.
A arte na Educação Básica é fruto de debates, questionamentos e confrontos. O processo de ensino e aprendizagem de arte no âmbito escolar foi redirecionado, a partir da década de 80, com a redemocratização do país, daí cursos de graduação e pós-graduação com amplas discussões fizeram surgir novas reflexões e concepções para o processo de ensino de artes no contexto escolar.
A nova Constituição Brasileira foi promulgada em 1988, l após a mudança de governo Militar para Democrático. Logo em seguida iniciaram-se as discussões sobre a nova LDBEN, mas nas primeiras versões não se cogitou a obrigatoriedade do ensino da arte nas escolas para a formação dos alunos. A partir de então, uma longa luta política, entre os arte-educadores brasileiros e até mesmo com professores universitários, que acreditavam nesta proposta de arte na educação foi se incorporando, para tornar a arte uma disciplina obrigatória com todas as suas especificidades, conteúdos, objetivos, metodologias e forma de se avaliar.
Dessa forma, com a promulgação da LDBEN, em 20 de dezembro de 1996, lei nº 9394/96, e com muito lutar, os arte-educadores conseguiram oficialmente a inserção do ensino de arte como conhecimento para toda a Educação Básica, que deverá promover o desenvolvimento cultural dos alunos, entre outros aspectos.
Nesta visão, o “ensino da Arte na Educação contemporânea reside na aldeia de reforçar e valorizar a herança cultural, artística e estética dos alunos, além de ampliar olhares, escutas sensíveis, e formas expressivas através de experiências estéticas e poéticas, com base nas inter-realidades que eles conhecem ou podem vir a conhecer.”[2]
Na atualidade, o ensino da arte no Brasil, em consonância com as perspectivas internacionais, tende à concepção de Arte como conhecimento, baseado na interculturalidade, na interdisciplinaridade e na aprendizagem dos conhecimentos artísticos, a partir de uma abordagem epistemológica, com a idéia de que arte se ensina e se aprende, na inter-relação entre o fazer, o ler e o contextualizar.[3]
Nesta perspectiva, considera-se que as várias formas de comunicação artística, tais como, artes plásticas, a música, artes cênicas, a dança e as diversas artes visuais, formam os pressupostos interdisciplinares, que se inserem na interculturalidade e nos aspectos sociais e filosóficos, que dão sentido ao processo de aprendizagem, com uma concepção didático-metodológica, que instiga a construção de currículos fundamentais ao interesse de cada grupo, ou classe social. Entretanto, é importante a garantia, das especificidades de cada linguagem artística, com epistemologias próprias.
Então, Filoarte é a concepção de pensamentos e reflexões filosóficas que se integram automaticamente, no campo do saber, considerando que educação é um processo que exige saberes diversificados, porque o sujeito é ativo, por isso, quer pelas vias idealistas, racionalistas, objetivistas e subjetivistas este site proporcionará construções e momentos diversificados que poderá contribuir com o processo educativo em seu contexto geral, mesmo porque, os desafios e propostas do campo filosófico têm papel fundamental na educação de jovens, crianças, adolescentes e adultos que perpassam pelo diálogo, investigação e construção do pensar. Portanto, FiloARTE é a revelação e manifestação da essência da realidade que pode muitas vezes está esquecida no âmago de nossa existência.
Concomitantemente, a vida pode ser mais simples do que a gente pensa, no entanto, é necessário aceitar o impossível, dispensar o indispensável e aguentar o intolerável porque o homem é um animal diferente dos demais, e só ele pode ter consciência de seus próprios atos.

[1]Jair Rodrigues. Felicidade. Música popular brasileira.
 [2]Brasil. Secretaria de Educação Básica. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa/ Direitos de aprendizagem: Componente curricular Arte. Ano 01, unidade 07. Brasília: MEC, SEB, 2012.
[3]BARBOSA, Ana Mae. Museu de Arte Contemporânea. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1980.

             

Ser cristão é mais que você defende


O pastor Jeremias Steepek (foto) se disfarçou de mendigo e foi a igreja de 10 mil membros onde ia ser apresentado como pastor principal pela manhã. Caminhou ao redor da igreja por 30 minutos enquanto ela se ench…ia de pessoas para o culto. Somente 3 de cada 7 das 10.000 pessoas diziam “oi” para ele. Para algumas pessoas, ele pediu moedas para comprar comida. Ninguém na Igreja lhe deu algo. Entrou no templo e tentou sentar-se na parte da frente, mas os diáconos o pediram que ele se sentasse na parte de trás da igreja. Ele cumprimentava as pessoas que o devolviam olhares sujos e de julgamento ao olhá-lo de cima à baixo.
Enquanto estava sentado na parte de trás da igreja, escutou os anuncios do culto e logo em seguida a liderança subiu ao altar e anunciaram que se sentiam emocionados em apresentar o novo pastor da congreação: “Gostariamos de apresentar à vocês o Pastor Jeremias Steepek”. As pessoas olharam ao redor aplaudindo com alegria e ansiedade. Foi quando o homem sem lar, o mendigo que se sentava nos últimos bancos, se colocou em pé e começou a caminhar pelo corredor. Os aplausos pararam. E todos o olhavam. Ele se aproximou do altar e pegou o microfone. Conteve-se por um momento e falou:
“Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que foi preparado para vocês desde a criação do mundo. Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram’. “Então os justos lhe responderão: ‘Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar?’ “O Rei responderá: ‘Digo a verdade: O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram’.”
Depois de haver recitado o texto de Mateus 25:34-40, olhou a congregação e lhes contou tudo que havia experimentado aquela manhã. Muitos começaram a chorar, muitas cabeças se inclinaram pela vergonha. O pastor disse então: “Hoje vejo uma reunião de pessoas, não a Igreja de Jesus Cristo. O mundo tem pessoas suficientes, mas não suficientes discípulos. Quando vocês se tornarão discípulos?”. Logo depois, encerrou o culto e despediu-se: “Até semana que vem”! Ser cristão é mais que algo que você defende. É algo que vive e compartilha com outras pessoas.
                                                                                        (Fonte: Facebook)

O PAPA FRANCISCO NO BRASIL

O PAPA FRANCISCO NO BRASIL[1]
                                
  Ao fazer uma sinopse da visita do Papa no Brasil, entende-se que Ele assumiu a Igreja num período muito difícil, no entanto, fala claramente dos problemas enfrentados e consegue nomear especialistas laicos para ampliar as melhorias no Vaticano nestes cinco meses de pontificado. E em Terras brasileiras, ele visita doentes ao hospital, comunidades carentes, instituições de recuperação de drogados, com uma postura altiva.
Entende-se, assim como outros  comentaristas e até historiadores, que a visita do Papa ao Brasil é marcada pela diplomacia institucional do Vaticano em relação à América Latina, ao aproveitar o fato de Francisco ser o primeiro Pontífice da região, o primeiro Jesuíta a ocupar o cargo. A visita no Brasil foi a sua primeira viagem internacional, e o discurso dele é intensamente articulado com a questão da pobreza, até mesmo ao dizer que “a Igreja tem que estar nas ruas, se não”, pode-se tornar uma organização não governamental – ONG. (Munteal, 2013)
Acredita-se realmente que não se pode exercer um trabalho educativo com foco na religiosidade e espiritualidade, apenas dentro de quatro paredes, com ilustrações e ornamentações alusivas ao assunto. Nem mesmo ser solidário com posturas cerradas em templos específicos, quando outrens estão na rua à procura do nada ou de algo que só exerce momentaneamente o prazer físico e transcendente.
A diplomacia, a capacidade de adaptação e conhecimento do outro tem sido uma marca em suas ações, mesmo porque, sua linha organizacional é a Jesuíta, assim, tem forte ligação com os pobres e os simples. Ressalta-se também ao proferir seu discurso, que a mensagem tem forte relação com a política ao defender a necessidade da Igreja caminhar com os oprimidos, assim, faz-se necessário a presença da Igreja nas camadas populares, e isto nos faz recordar Paulo Freire com a Pedagogia do Oprimido e também a ideia do teólogo Leonardo Boff, em épocas de seu sacerdócio.
                   O que o Papa Francisco trouxe até agora de novo. É arriscado fazer um balanço do pontificado de Francisco, pois o tempo decorrido não é suficiente para termos uma visão de conjunto. Numa espécie de leitura de cego que capta apenas os pontos relevantes, poderíamos elencar  alguns pontos. 1. Do inverno ecclesial à primavera: saímos de dois pontificados que se caracterizaram pela volta à grande disciplina e pelo controle das doutrinas. Tal estratégia criou uma espécie de inverno que congelou muitas iniciativas. Com o Papa Francisco, vindo de fora da velha cristandade européia, do Terceiro Mundo, trouxe esperança, alívio, alegria de viver e pensar a fé cristã. A Igreja voltou a ser um lar espiritual.[2]
                Espera-se realmente, que tanto a juventude, quanto os mais experientes quanto à idade possam incorporar a lição deste grande Jesuíta que realça a sua postura e sentimento Ético a preocupação com toda a humanidade, até mesmo ao solicitar que eliminem o elitismo, que parece imperar no meio de grande parte da população mundial.
 De uma fortaleza a uma casa aberta: Os dois Papas anteriores passaram a impressão de que a Igreja era uma fortaleza, cercada de inimigos contra os quais devíamos nos defender especialmente, o relativismo, a modernidade e a pós-modernidade. O Papa Francisco disse claramente: “quem se aproxima da Igreja deve encontrar as portas abertas e não fiscais da alfândega da fé; é melhor uma Igreja acidentada porque foi à rua do que uma Igreja doente e asfixiada porque ficou dentro do templo”. Portanto mais confiança que medo. (BOFF, 2013)
Com base neste contexto, espera-se que a fortaleza seja quebrada e haja a incorporação de ações ecléticas no mundo espiritual e real, mesmo porque somos feito a imagem e semelhança do altíssimo, então, não há porque vivermos dentro dos templos religiosos domingo a domingo, e não enxergarmos a necessidade do próximo e vivenciarmos um mundo mais eclético, tanto nas questões religiosas, quanto educacional e real. Ainda pela visão de Boff (2013), o terceiro ponto relevante:
De Papa a bispo de Roma: Todos os Pontífices anteriores se entendiam como Papas da Igreja universal, portadores do supremo poder sobre todas as demais igrejas e fiéis. Francisco prefere se chamar bispo de Roma, resgatando a memória mais antiga da Igreja. Quer presidir na caridade e não pelo direito canônico, sendo apenas o primeiro entre iguais. Recusa o título de Sua Santidade, pois diz que “somos todos irmãos e irmãs”. Despojou-se de todos os títulos de poder e honra. O novo Anuário Pontifício que acaba de sair cuja página inicial deveria trazer o nome do Papa com todos os títulos, agora aparece apenas assim: Francesco, bispo de Roma.
Ele foi eleito para o supremo poder, no entanto, sua simplicidade e humildade lhe faz rejeitar o poderio e resgatar a memória de bispado, e a recusa do título de Sua Santidade nos faz entender que, este é um de seus exemplos de vivência Ética, pois a irmandade é que nos faz vivenciar a lei maior, e não só de títulos, de poder e honrarias nos leva ao maior grau de humanidade que o outro, todos somos seres especiais, portanto, racionais. Assim, no espectro de Boff (2013), o quarto ponto relevante nos ensina que o Papa deixou o palácio papal, com todas as honrarias e poder elitizado para viver em uma simples hospedaria.
Do palácio à hospedaria: O nome Francisco é mais que nome; sinaliza outro projeto de Igreja na linha de São Francisco de Assis: “uma Igreja pobre para os pobres” como disse, humilde, simples, com “cheiro de ovelhas” e não de flores de altar. Por isso deixou o palácio  papal e foi morar numa hospedaria, num quarto simples e comendo junto com os demais hóspedes.
Esta sua ação é mais um exemplo de vivência Ética, e nos faz lembrar Freire (1996), ao se referir à ética, ele diz que ensinar exige “corporeificar as palavras por exemplo”. Então, pode-se perceber que Francisco tem dado exemplo do que tem pregado, o viver com simplicidade em um quarto comum, se alimentar junto com todos, e ainda mais, ressalta o cheiro das ovelhas, que vivem num pasto comum a todos. E, que a igreja seja tão simples quanto aos ambientes carentes e as pequenas flores do campo, que diferem das grandiosas e imponentes flores do altar.
Então, ainda na visão de Boff (2013), o quinto ponto relevante do papa é:
Da doutrina à prática: Não se apresenta como doutor, mas como pastor. Fala a partir da prática, do sofrimento humano, da fome do mundo, dos imigrados da África, chegados à ilha de Lampedusa. Denuncia o fetichismo do dinheiro e o sistema financeiro mundial que martiriza inteiros países. Desta postura resgata as principais intuições da teologia da libertação, sem precisar citar o nome. Diz: “atualmente, se um cristão não é revolucionário, não é cristão; deve ser revolucionário da graça”. E continua: “é uma obrigação para o cristão envolver-se na política, pois a política é uma das formas mais altas da caridade”. E disse à Presidenta Cristina Kirchner:”é a primeira vez que temos um Papa peronista” pois nunca escondeu sua predileção pelo peronismo. Os Papas anteriores colocavam a política, sobsuspeita, alegando a eventual ideologização da fé.
Observa-se que ele não é um imponente lírio de altar. E, quando não se apresenta como doutor, lhe faz mais simples ainda, não teme a política elitizada, no entanto, incentiva a inserção dos cristãos no campo político porque não há cristão que possa se envolver no campo dos questionamentos espirituais, sem se envolver na política objetiva, que busque soluções objetivas e imateriais. E, quanto ao sexto ponto de relevância, Ele ressalta a importância do diálogo como assunto fundamental entre as doutrinas, na perspectiva da inclusão e da cultura de paz na humanidade. Assim, diz Boff (2013):
Da exclusividade à inclusão: Os Papas anteriores enfatizaram, especialmente Bento XVI a exclusividade da Igreja Católica, a única herdeira de Cristo fora da qual corre-se risco de perdição. O Francisco, bispo de Roma, prefere o diálogo entre as Igrejas numa perspectiva de inclusão, também com as demais religiões no sentido de reforçar a paz mundial. (BOFF,2013)
Dessa forma, o sétimo ponto que o faz relevante se relaciona a não colocar a Igreja como ponto central das questões doutrinárias, todavia, o Papa Francisco mexeu com as feridas, fez autocrítica e incentivou o mundo à proteção da Terra e dos pobres como eixo principal na questão da vida.  
Da Igreja ao mundo: Os Papas anteriores davam centralidade à Igreja reforçando suas instituições e doutrinas. O Papa Francisco coloca o mundo, os pobres,  a proteção da Terra e o cuidado pela vida como as questões axiais. A questão é: como as Igrejas ajudam a salvaguardar a vitalidade da Terra e o futuro da vida? Como se depreende, são novos ares, nova música, novas palavras para velhos problemas que nos permitem pensar numa nova primavera da Igreja. (BOFF, 2013)
Portanto, há que se entender que a lição que nos é dada depende de fugirmos da velhas certezas e costumes, para a inserção em uma inovação eclesiástica mundial, independente do credo e dos paradigmas religiosos, pode ser possível a colaboração e humanização da humanidade, em prol de um a vida com mais qualidade. Dessa forma, o Papa Francisco se despede do povo brasileiro e diz que “Cristo está preparando uma nova primavera no mundo, que continuará nutrindo os jovens do Brasil”. Ele incentiva os jovens ao entusiasmo e alegria, e reafirma sua simplicidade ao dizer que a riqueza não está nas coisas, mas no coração e sua elegância é demonstrada com simplicidade.
Referências
BOFF, Leonardo. O que o Papa Francisco trouxe até agora de novo. Rio de Janeiro: Editora Mar de Ideias, 2013.

MUNTEAL, Oswaldo. É professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e da Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), além de pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV).

www.google.com e Rede Globo de Televisão.


[1] Maria Helena Campos Pereira é professora de Filosofia para crianças e adolescentes e Gestão de processos educativos escolares na UNIPAC – Universidade Presidente Antonio Carlos e de Metodologia Científica na Pós-Graduação da FIP – Faculdades Integradas de Patos, Paraíba polo de Governador Valadares, 28/07/2013.
[2] BOFF, Leonardo. O que o Papa Francisco trouxe até agora de novo. Boff é teólogo e autor de Francisco de Assis e Francisco de Roma. Rio de Janeiro: Editora Mar de Ideias, Rio 2013. 26/07/2013