Arquivo mensais:janeiro 2012

Convivência, fundamento da ética

“ Todo ato humano ocorre na linguagem. Toda ação na linguagem produz o mundo que se cria com os outros, no ato de convivência que dá origem ao humano. Por isso, toda ação humana tem sentido ético. Essa ligação do humano é, em última instância, o fundamento de toda ética como reflexão sobre a legitimidade da presença do outro.” (MATURANA, 2001)[1]


[1] e 2  MATURANA, Humberto R. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. São Paulo: Palas Athena, 2001p.269.

Interesse, conhecer as manhas e as manhãs

Interesse, conhecer as manhas e as manhãs
Maria Helena Campos Pereira

Conhecer as manhas e as manhãs é uma metáfora utilizada para ilustrar a forma de  abordagem com um diagnóstico, no qual se insere os assuntos educativos, a partir de temas de interesse. Entende-se que educar com esta metodologia requer uma visão curricular globalizadora, com intercâmbio de ideias e conhecimentos inter e multidisciplinares porque é necessário se dispor a conhecer melhor seu aluno, como também os temas dos quais ele tem vontade investigar e compreender. Isto pode causar em muitos mestres, a sensação de insegurança por não dominar todos os assuntos, mas acredita-se que é possível realizar pesquisas de acordo com cada temática. Não resta menor dúvida que pode ser mais trabalhoso devido ao planejamento das ações que requer uma análise individual de cada assunto, como também, um plano cooperativo e dialógico, do que se pretende conhecer no global para atender assim, as expectativas dos investigados, quer na concepção individual, bem como, no aproveitamento globalizador do grupo de aprendizes.
Os temas de interesse são organizados como geradores (Freire, 2000) e se transformam em objetos de estudos e pesquisas, assim como, trocas de experiências práticas e teóricas, para isso, exige-se a eliminação do individualismo em busca da parceria com o refletir coletivo. E assim, a metodologia básica está condicionada à prática dialética constante e contínua, na construção da democratização do saber, provocando a multiplicidade de agir e pensar, a influência e estímulo para um operar participativo, por liderança e pensamento filosófico, que difere do pensamento hierárquico linear.
O propósito desta compreensão e prática educativa é suscitar o desejo de aprender com alegria natural, a partir do objeto de estudo, bem como, o aprender a aprender. Dessa forma, pode-se dizer que se constrói uma postura inovadora, com práxis curricular, que difere dos currículos e práticas tradicionais. Visto que, desta maneira, compartilha-se ideias, hipóteses, contextualiza-se negociações com o inter-relacionamento de pessoas e processos.
E no entendimento de teóricos como Hernandez (1998), esta é uma ponte para as organizações mais dinâmicas e flexíveis como as circulares ou de redes, que não só preocupam com a pura transmissão do conhecimento, como também realizam uma leitura da realidade e das transformações que ocorrem na escola, sociedade e no mundo.
A organização educacional nesta concepção educativa se institui, informa, teoriza conceitos numa verdadeira atividade de interação grupal. Assim, pode-se dizer que a escola preocupa-se com um novo contexto social e investiga novos paradigmas com ação, reflexão e ação para o avanço na construção dos conhecimentos. É necessário para isso, a redefinição de papéis dos diferentes agentes internos e externos, no amplo processo educacional. E a instituição elabora sua missão e visão educativa com a participação de todos os envolvidos, mesmo que esta tenha características diferenciadas, como aquelas que recebem alunos advindos de instituições especiais e de regime semiaberto de detenção.
Para tanto, busca-se desenvolver continuamente a identificação e observação dos investigados, bem como, os avanços de resultados e análise de problemas gerais com a participação cooperativa e consensual para as possibilidades de minimizá-los ou erradicá-los. Espera-se que desta forma haja um desenvolvimento intelectual e crescimento pessoal permanente, e que a escola possa ser um local de estudo, de avaliação dimensionada, de evolução contínua do pensamento, com análises conjuntas para replanejamento de sucessivas melhorias em relação aos aspectos psicobiológicos dos aprendizes. Com isso, ainda com as expressões metafóricas de Almir Sater e Renato Teixeira vamos tocando enfrente.
Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs, é preciso amor pra poder     pulsar, é preciso paz pra poder sorrir. É preciso chuva para florir… […] Todo mundo ama um dia, todo mundo chora, um dia a gente chega, no outro vai embora, cada um de nós compõe a sua história, e cada ser em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz…[1]
    Então, para que se consiga imagens e construções fundamentadas em aspectos psicobiológicos de aprendizes, em educação básica ou em regime carcerário semiaberto, onde se busca uma investigação educativa, a partir dos temas de interesse, requer ‘conhecer as manhas e as manhãs’ com diagnóstico contínuo na prática de observação e participação-ação. E para isso é preciso amor pra poder pulsar, onde cada um compõe a sua história, com o dom de ser capaz e a possibilidade de ser feliz, pois como diz Maturana (2001),[2] 


Todo ato humano ocorre na linguagem. Toda ação na linguagem produz o  mundo que se cria com os outros, no ato de convivência que dá origem ao humano. Por isso, toda ação humana tem sentido ético. Essa ligação do humano é, em última instância, o fundamento de toda etica como reflexão sobre a legitimidade da presença do outro.

    

           Portanto é  no ato de convivência com outros que se descobre o que se deve ensinar e o que se dese-
ja aprender, por isso, é imprescindível que todo ato humano que ocorre na linguagem, onde gera uma ação humana seja com sentido respeitoso e posturas éticas. Mesmo porque não é fácil conhecer as manhas e nem as manhãs. No entanto, o educar é um eterno conhecer e conviver, e a formação humana depende desta convivência.
[2]  MATURANA, Humberto R. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. São Paulo: Palas Athena, 2001p.269.

[1]  Fragmento da musica ‘Tocando em Frente’ .Autoria de  Almir Sater  & Renato Teixeira.

Cultura e Ética Universal

CULTURA E ÉTICA UNIVERSAL

                               Maria Helena Campos Pereira  
   
Todo dia um fato novo, já não sei  o  que dizer

Passo a vida planejando o que se pode fazer
O nosso  mundo é lindo! Sol, lua, terra e mar
O amor em qualquer língua, o mundo todo ouvirá.

                    O mundo com tanta beleza, vive agressões à natureza
                    São queimadas e guerras frias, agressões e covardias
                    O nosso mundo é lindo! Sol, lua, terra e mar
                    O amor em qualquer língua, o mundo todo ouvirá.

                 Entre fardas e sorrisos, no plano da emoção
                 Abaixo as armas de coração e os girassóis sobreviverão
                 Com o mundo todo cantando esta canção:
                 Em cada canhão uma flor, em cada farda um bom humor

                 O nosso mundo é lindo! Sol, lua, terra e mar
                 O amor em qualquer língua, o mundo todo ouvirá.


                      O saber ambiental é cultura é consciência,
                      Todos nós somos irmãos em busca de sobrevivência.
                      O nosso  mundo é lindo! Sol, lua, terra e mar
                      O amor em qualquer língua, o mundo todo ouvirá.

O nosso mundo é lindo! Homens, plantas, animais
Com amor no coração, vive-se  mais  emoção
Felizmente cada dia, vem com um entardecer
É sinal que o novo dia, voltará  sobreviver


                O nosso mundo é lindo! Sol, lua, terra e mar
                O amor em qualquer língua, o mundo todo ouvirá.

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Resenha:

Atualmente, vivenciamos situações onde a violência, a falta de ética e moral estão dominando as gerações. Hoje, não há quem não seja vítima de algum tipo de violência, quer seja ela verbal, corporal ou cultural, assim como, a idade não interfere no grau de violência, pois crianças, jovens, adultos e idosos são vítimas de covardias geradas por entes próximos ou simples estranhos. O nosso meio ambiente se encaixa dentro desta situação, onde se faz de tudo pela ganância, inclusive a geração de guerras.

O texto poético simboliza uma Filosofia realista, porque a autora expressa as diversas riquezas físicas existentes no mundo, tais como, o sol, a lua, a terra, o mar. Relata também a frieza e o desprezo em que o ser humano lida com estas riquezas.

E não podemos deixar de comentar sobre a ética e estética inserida no texto, acredita-se que esta poética é um novo olhar que as pessoas precisam ter para enxergar a vida com mais intensidade, admirar a beleza existente em cada pessoa e no contexto natural, pois são os talentos de cada um que valorizam e contribuem com o crescimento de toda a sociedade. A estética é complemento da poética, porque através dela que se consegue perceber as diferenças, e a possibilidade de ser capaz de criar, construir e recriar. Por isso, cada ser humano deve ter a consciência de que a estética muitas vezes não é só construção, ela pode ser também destruição. Então, não se deve desvalorizar o que já existe, mas deve-se usar o potencial e a capacidade que se tem para tomar uma decisão própria, exercendo assim a gestão do eu.

Descobrir horizontes, questionar sobre uma nova descoberta, ir além, não ficar pelos cantos choramingando, nem aceitar tudo como verdade absoluta, acreditar que é capaz de vencer e tomar decisões, faz com que se torne único, especial. E a escrita poética é uma linha de conhecimento no qual irá desenvolver  suas capacidades e habilidades que já estão implícitas em você, tais como as recordações boas ou ruins, que se podem desdobrar em fragmentos poéticos.

Portanto, a cultura e Ética universal significa a vontade da autora, de se ter um mundo mais ameno e harmonioso em todas as facções sociais e mundiais.

                                                          

Quem Sou Eu

Bom dia!


Sou nova no blog pretendo escrever novidades e artigos de minha autoria em relação com educação e aprendizagem. 
Meu mini currículo para me conhecer melhor.

Graduada em PEDAGOGIA pela Universidade Vale do Rio Doce (1978) é mestre em Ciências da Educação pelo Instituto Superior Pedagójico Enrique Jose Varona (2002). Doutoranda em Ciências da Educação com foco em Inovação Pedagógica pela Universidade da Madeira – UMa/ PT. Atualmente é diretora pedagógica do Instituto Educacional Helen Keller, professora na graduação da Universidade Presidente Antonio Carlos – Governador Valadares, e na Pós-graduação com contrato por módulos nas Faculdades Integradas de Patos – FIP. Atua principalmente nos seguintes assuntos: Metodologia científica, temas de interesse, sustentabilidade do planeta, relações interdisciplinares, auto-estima, gestão de processos educativos, planejamento cooperativo, tópicos especiais em educação, dinâmicas e jogos cooperativos, orientaçao família-escola, filosofia para crianças e adolescentes.

Em breve novas postagens em Educação.