NINHO DE COBRA É POUCO

NINHO DE COBRA É POUCO
                                              Maria Helena Campos Pereira[1]
As baratas caminham e tonteiam pelas ruas da cidade, são milhões e milhões a vaguear, algumas com um rumo determinado, outras tateando aqui, acolá. As inflações não as intimidam, são peregrinos do ócio, que vivem a comparar preço, tamanho, cor, fabricação e qualidade. Contudo, há que se pensar na dor e no amor, pois tampar o sol com a peneira, não dá.
O povo vive de faz de conta, os maiores gestores não conseguem gerenciar os mínimos detalhes que inclusive estão previsto em lei. Tudo é um faz de conta! Até em algumas escolas, os livros são de faz de conta, uma sala de aula usa os poucos que existem, mas apenas nas fotos para apresentar em relatórios aos seus superiores, assim, distribuem os livros, os alunos fazem de conta que leem, las maestras fazem as fotografias e enviam aos responsáveis, mas na realidade, pouco se lê. E quando encontram uma professora que realmente realiza um trabalho real, com muitos contos e fábulas, utilizando o seu repertório e biblioteca particular, esta é discriminada por aqueles que fazem de conta e são apoiados pela gestora mais próxima, porque na garantia de seu emprego necessita mostrar que o trabalho é realizado com eficiência e eficácia. Como diz Hamilton Werneck (2002), “você finge que ensina e eu finjo que aprendo”.
            Isto significa que as cobras, lagartos e leoas estão soltos, em espaços onde deveriam ser de animais um pouco mais racionais e que valorizem um relatório empírico e objetivista de fato. Por isso, e muitas outras trapaças, o povo está na rua e continuará nas alamedas e vias públicas porque em diversos setores deste “país das maravilhas”, vive-se ações de faz de conta. E nas grandes instâncias governamentais, o problema se agrava cada vez mais, são cobras, cobrinhas, lulas e lulinhas, leões e leõezinhos que bramam pelo maior pedaço de churrasco.
            E o arraial globalizador do faz de conta, perpassa e ultrapassa os sonhos e esperanças de um tropical humanizado. Discursos que instigam expectativas de dias e governo melhor ficam apenas nas promessas. No entanto, este ninho é antigo, desde que entendo por gente, a maré não está pra peixe pequeno, só pros grandes peixes, animais ferozes e aqueles que fingem ser bonzinhos. Os tucanos sempre estiveram na frente, hoje, as coisas parecem melhorar, mas existem outras que só pioram, e só trocam de ninhos, mas jaracuçus, jararacas e cobras d´água, cada vez se enrolam mais, e as curvas da estrada dos “Santos” esburacam a cada dia que passa em “Covas”  e outros que se ampliam, “Lurians”, “Silvas” e “Lulas” perdem a maré alta, entretanto, em baixa continua a exercer o comando poderoso. Mesmo que, “Daniel dos Santos dos Andrés” caia na cova dos leões, o planejamento é ministrado com 50% de sua participação, mas quem sabe ver, enxerga um pingo no ar, e usa colírio pra aumentar a visão ainda mais.
             E dizem que o Brasil é um país fantástico! Sim, somos fantásticos pela expansão territorial, pelas riquezas minerais e naturais, e também nas transformações de gênios da noite para o dia, com a eficaz máquina de propagandas, que se paga para ser premiado e condecorado em quase tudo, até mesmo nas minas e energia, com escândalos e mensalões.

                 Acorda profissional da competência! Quem sabe ler, não ludibria as pessoas, não cai em toca de leão, nem em ninho dos antigos jacarés, tucanos e pica-paus. Tome cuidado porque ninho de cobra é pouco, em pais de espertalhão, cabra e vaca boa de leite custa caro para conseguir, mas depois que consegue, é só tomar cuidado com as tetas, aumentar a ração, regar o capim e ajudar os bezerrinhos.
Referências:
Gravura, fonte no facebook


[1] CAMPOS,  P. Maria Helena. Ninho de cobra é pouco. Governador Valadares: http://mhcampos.blogspot.com, 10/07/2013

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