ASTROS NA SUBJETIVIDADE E A INFINITA PELE DA NOITE
 Maria Helena Campos Pereira
Resumo
Este texto tem como objetivo discutir a questão da subjetividade, a partir da construção de um conhecimento filosófico fundamentado nos astros para melhor entendimento dos leitores a respeito do subjetivo. Fundamentou-se em filósofos idealistas como J.J. Rosseau, ao defender a comunicação com o foco da Filosofia da Linguagem e Morin (2002), com sua crítica ao conhecimento fragmentado.
Palavras chave: lua, sol, terra, dia, céu.

Introdução
O mundo contemporâneo pode ser considerado bem mais racionalista devido aos enormes problemas enfrentados pela sociedade. Por isso, resolve-se discutir a questão da construção do conhecimento filosófico, a partir da composição criativa e subjetiva com os jogos imaginativos que são influenciados pelos astros e o infinito. Astros na subjetividade são conjuntos de ideias que surgem de pensamentos transcendentes a partir da liberdade de ação, ao fruir a imaginação criadora. Nesta composição os acanhados ou magnos filosóficos podem ouvir o silêncio, a inquietude do mundo ou os batuques e fanfarras da vida. E então, a mente me espraia em movimento e o cérebro dialoga com meus eus, com a inteligência, os sonhos e as fantasias.

A inteligência parcelada, compartimentada, mecanicista, disjuntiva e reducionista rompe o complexo do mundo em fragmentos disjuntos, fraciona os problemas, separa o que está unido, torna unidimensional o multidimensional. (MORIN, 2002)


Com estas concepções de Morin, faz-se necessário refletir que o conhecimento não se deve tornar um compartimento de palavras soltas no contexto da aprendizagem, mas que ele possa se globalizar e interconectar. Por isso, as composições filosóficas, intitulada astros na subjetividade e a infinita pele da noite, tem como finalidade interagir o pensamento objetivista com o subjetivista, a partir das palavras chaves: lua, sol, terra, dia e céu, a pele da noite.

Se não recomenda um conhecimento fragmentado, a informação mais profunda a respeito dos astros pode ser construída com um ensino interconectado, do objetivista ao subjetivista. O pensamento objetivista é realista, por isso é fácil de pesquisar, encontra-se em diversas literaturas, mas o subjetivo se insere no íntimo de cada pessoa, e se relaciona aos seus sentimentos, valores culturais, educativos e experiências vivenciadas.

Portanto, há que se ensinar e orientar, o real e o transcendental no mundo das coisas, dos objetos, dos astros e dos diversos seres da natureza. Mesmo porque, a Filosofia é a capacidade e possibilidade de conhecer, de pensar em ordem superior. E sala de aula tem que ser lugar pensamento, de fazer jogos cooperativos e de imaginação. É lugar da arte, dos poemas, poesias e filosofias.
Definições subjetivas
Talvez definir nem seria a terminologia adequada a esta etapa textual, mas uma composição filo-linguística, com representações sentimentais e ao mesmo tempo, realística do universo astral.    
Lua, ternura transcendental

A lua me leva a devaneios de alegria, alivia o meu calor, ilumina e me acalma em meio à escuridão, irradia com o seu brilho e me faz sonhar, alegra a noite que me contagia e encanta com sua magia, ilumina a minha alma com seu brilho e luz.
E como dizia Vicente Celestino, com sua evidente voz: “Noite alta, céu risonho, a quietude é quase um sonho. O luar cai sobre a mata, qual chuva de prata clareando a solidão.” Assim como Celestino, em meus devaneios, posso acreditar que a lua ilumina a noite de fulgor  e me faz ficar serena para que depois de um dia atribulado, eu possa repousar no esconderijo e aconchego do lar, recarregada de energias, afago e de ternura transcendente.
E ainda, Orlando Silva com jeito especial contaminava as gerações ao soluçar: “A noite estava assim enluarada, quando a voz já bem cansada, eu ouvi do trovador, falava de um beijo apaixonado, de um amor desesperado, que tão cedo teve fim”.
Contudo, “a porta do barraco era sem trinco, mas a Lua furando o nosso zinco salpicava de estrelas nosso chão. Tu pisavas os astros, distraída, sem saber que a aventura desta vida é a cabrocha, o luar e o violão”.
A Lua é visão transcendental, é poesia, é amor que não há igual!



Sol, energia vital

O sol é abrasador, me enaltece, aquece e irradia de amor, transmite energia vital a todos e abrilhanta todos os dias, aquece com seu calor, esquenta o dia que dá até fervura, aquece com sua brandura e seu calor, irradia-me de esperança e queima com alegria… Ele acende, torna os dias quentes e cheios de vivacidade. Seu calor é irradiante ao dar ânimo ao corpo e movendo as engrenagens do pensar.

Este astro que prefiro está no raiar da manhã, quando nas bordas do horizonte, chega bem de mansinho e faz da relva molhada pelo sereno da madrugada, o brilho da poesia e a cor da melodia. 
Terra, vida nas entranhas
A terra me aconchega em suas entranhas, acolhe e fornece abrigo e me faz entender quem sou eu, expressa a criação divina, demonstra grandezas radiantes, dá-me energia, faz ficar mais bonita e expõe as belezas influenciando o amor. Aprofunda o meu conhecimento, retorna-me à realidade, coloca obstáculos para que eu possa crescer sem agredi-la, firma o meu caminhar e guia-me por caminhos nunca vistos. E com o seu subsídio, a vida nasce em suas entranhas.
Dia, acalanto de meu ser
O dia me estimula a ter sempre mais alegria, inquieta a espera do teu amor, apresenta-me à realidade da vida e às novas esperanças. Incentiva a buscar, conquistar objetivos e me dá muita energia, irradia-me de amor, aconselha com sua luz, me enche de saudades… Me chama a trabalhar, desperta para a vida e acalanta o meu ser.
Céu, infinita pele da noite 
O céu, infinita pele da noite, que cobre e me enche de esperança, acolhe e fornece abrigo, que me envolve e ilumina com seu esplendor, faz sentir liberdade e me acalma diante do seu imenso azul, transmite paz e tranquilidade, fortalece o meu ser e faz sentir realmente a presença de Deus e o cumprimento das palavras do Pai Celestial. Ele brilha a minha face com serenidade, enche e cobre-me com o envolvimento de seu esplendor, de esperanças e de sonhos. É a infinita pele da noite.
Ideias conclusivas
A subjetividade é um dos fundamentos filosóficos que pode ser compreendido no mundo das ideias peculiares, ou seja, no universo dos idealistas. E neste caso específico do texto, “Astros na subjetividade e a infinita pele da noite”, ele pode ser inserido na teoria do conhecimento como interesse pela consciência reflexiva, a modalidade de percepção do espaço, da realidade e da subjetividade ilusória e sonhadora.
Esta reflexão filosófica também se insere no campo da Filosofia da Linguagem, por se tratar de uma construção filosófica com elementos de figuras estilísticas, que se conectam a causa formal com a causa final, seus predicados e predicativos.
E de acordo com filósofos idealistas como J.J. Rosseau, a Linguagem surge de uma profunda necessidade de comunicação. Neste contexto, a linguagem subjetiva faz parte do interesse e linguagem criativa da autora e de sua necessidade de expressar ideias transcendentais de sonhos e fantasias.

Portanto, dialogar com os astros é uma tônica forte nesta sua escritura na qual, ela considera que, os astros têm o poder de sublimar! E assim, Sol, Céu, Lua, Terra e Mar, o importante é que o amor é infinito, sublime e subjetivo, mas em qualquer língua ou lugar, o mundo todo ouvirá, até mesmo na infinita pele da noite.

Referências 



CHAUÍ, Marlena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995.
MORIN, Edgar. A Cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 18ª. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010. 128p
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 3a. ed. – São Paulo: Cortez, Brasília, DF: UNESCO, 2002



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