CHUVAS DE PRIMAVERA
Maria Helena Campos Pereira
Não sei o que foi não sei o que é
Hoje a tristeza me invade um tripé,
As mãos trêmulas, cansadas e encarquilhadas,
Parecem trabalhar amarguradas,
Mas, nem se compara com os pés.
A vida passa, o tempo corre e vem aflição,
O clima é bom! Suave o vento e o pensamento,
Não sei o que tenho, nem de onde venho,
Pode ser chuva de inverno, de primavera ou verão.
E toda a angústia de hoje invade meu coração.
Quisera falar da beleza, da gota fina que cai,
Da relva alegre a balançar,
Dos galhos enormes a abanar
Parece dizer que prazer, H²O é meu viver!
Tudo lindo, até a enxurrada a correr.
É maravilhoso ouvir o tic tac
Na telha bate e no chão a jorrar
Pássaros voam nas árvores se escondem
As andorinhas no céu a cantar
E borboletas se escondem
E o beijador beija a flor.
O lamaçal, as poças d’água e a chuva fina a gotejar.
O céu acinzentado estremece a terra com seu furor,
E os trovões sem perceber ensurdecem multidões,
Mas, tudo é lindo, obra do Criador,
Chuvas de primavera, aqui e um amor!
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CAMPOS P, Maria Helena. Chuvas de Primavera. Ariquemes, Rondônia, 2015.